Do Rito Escocês para o Ritual de Emulação
Uma mudança de Paradigmas
Paradigmas? O que são ? Como nos afetam? É possível mudá-los?
Certamente há várias coisas que você sabe que são verdade e há coisas que você acredita que são verdade ou que são possíveis. Você sabe que pode falar, não? Mas talvez acredite que exista vida após a vida, não tendo uma certeza totalmente fundamentada. Ou seja, há coisas e fatos irrefutáveis, as verdades, e há as crenças, que estão sujeitas a questionamento, em geral com base em experiências que as contradizem.
Conjuntos de crenças ou verdades relacionadas entre si são chamados de paradigmas.
Paradigmas e crenças podem subsistir por séculos. O Sol girou em torno da Terra por 1.400 anos. A Física até o início do século tinha as leis de Newton como um de seus principais paradigmas. Com a Teoria da Relatividade, esse passou a ser um caso especial de outro paradigma. E continua mudando; no livro Universo Elegante, Brian Greene diz por exemplo que "A sugestão de que o nosso universo poderia ter mais de três dimensões pode parecer supérflua, bizarra ou mística. Na realidade, contudo, ela é concreta, e perfeitamente plausível". A teoria das supercordas, que unifica a Relatividade e a Mecânica Quântica, requer que existam 9 dimensões espaciais, além de uma temporal. Não vemos as outras seis porque elas estariam recurvadas.
Nós e os paradigmas
Nós temos a capacidade de manter internamente um ou mais paradigmas ou modelos mentais. Estes definem em grande medida qual será a nossa visão do mundo, o que percebemos, boa parte dos nossos objetivos e muitas das nossas possibilidades de ação. Paradigmas filtram a percepção e podem ser tão poderosos que até determinam o que será real para a pessoa, como várias matérias nesta seção. Dizem por exemplo que há pessoas que não acreditam que o homem foi à Lua.
Crenças e verdades dificilmente subsistem por si só; normalmente elas estão agrupadas, sustentando umas às outras. Por exemplo, acreditar em Jesus Cristo está vinculado a acreditar em coisas espirituais, podendo estar associado também à crença na existência do diabo e de outros mundos ou dimensões.
É possível mudar paradigmas?
Mudar um paradigma pode ser difícil, já que em geral está enraizado nas profundezas do inconsciente e por vezes não sujeito a questionamento ou atualização por feedback. Mesmo no meio científico isto ocorre: o próprio Einstein, que revolucionou os paradigmas da Física, teve dificuldades em aceitar a revolução seguinte, a da Mecânica Quântica. Max Planck (citado por Stanislav Grof no livro Além do Cérebro) disse que "uma nova verdade científica triunfa não porque convença seus oponentes fazendo-os ver a luz, mas porque eles eventualmente morrem, e uma nova geração cresce familiarizando-se com ela".
E mudar uma crença ou paradigma pode não ser tão difícil, é um exercício de possibilidades. Uma forma bem fácil que eu conheço para enriquecer modelos mentais é simplesmente praticando perguntar "E se...". Experimente: e se você for ainda mais capaz do que está acreditando agora? E se você se tornar mais capaz meramente se dando mais tempo para o que quer? E se houver saída para toda e qualquer situação? E se houver infinitas possibilidades em cada momento? E se... você sonhar a noite toda com isso?
Na Maçonaria é a mesma situação, acostumamos e nos habituamos com o Rito Escocês praticado na imensa maioria das Lojas, que acaba ficando difícil deixar de sofrer influências deste rito sobre o Ritual de Emulação. Esta influência acontece com algumas crenças arraigadas no nosso subconsciente.
Começamos pelo próprio nome, somos apelidados de Rito de York, quando querem se referir ao Ritual de Emulação quando o certo é Ritual de Emulação. Rito de York é o rito americano ! Mas nos conformamos e aceitamos esta situação.
Por exemplo, o exoterismo do rito escocês tende a influenciar nos trabalhos do Ritual de Emulação, acredita-se que a Sala da Loja é um local sagrado no Rito Escocês e é chamado de Templo Maçônico o que não existe no Ritual de Emulação, que é apenas um local como outro qualquer aonde os irmãos se reúnem sem nenhuma conotação espiritual. Há irmãos que referem a existência de uma entidade espiritual chamada de Egrégora quando os irmãos estão reunidos em Loja, o que é um absurdo dentro do Ritual de Emulação. Trabalhos de Aprendizes e Companheiros usam como referência bibliográfica Rizzardo da Camino e outros autores advindos do Rito Escocês. Outro costume alheio ao Ritual de Emulação é a necessidade de os irmãos ao usarem da palavra falar com o Sinal Penal, como no Rito Escocês, o certo é fazer o sinal e ao começar a falar desfazer o sinal e falar normalmente sem necessidade de autorização do venerável mestre. Faz parte da indumentária do Ritual de Emulação nas sessões ritualísticas o uso de luvas brancas o que não seguimos por conta de argumentos tais como clima quente no Brasil (Todas as Lojas hoje em dia possuem ar condicionado. Bem, e por aí vai.........
A resistências dos antigos a mudanças é muito forte, devido a dificuldade natural de mudanças de paradigma. Manter o Status Quo é muito mais fácil, mas temos que insistir e tentar.... Nunca é tarde para mudar.
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